Salmões fogem de viveiros
e ameaçam espécies nativas britânicas
Agência
EFE
05:35 29/08
Mais de 1,5
milhão de salmões criados em fazendas escaparam de seus viveiros em
águas das ilhas britânicas nos últimos três anos, o que supõe um
perigo para os espécies selvagens, segundo os cientistas.
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De acordo com o Governo escocês, 1,6
milhão de salmões fugiram, em 50 incidentes ocorridos desde 2000. Do
total, 821.512 escaparam no ano passado e 105.987 este ano.
Estudos recentes mostram que a competição de salmões criados
em fazendas com os selvagens tem como conseqüência um índice muito
menor de sobrevivência dos nativos, afirma o jornal "The Daily
Telegraph".
Os cientistas temem que o fenômeno possa levar
até ao desaparecimento de populações inteiras de salmões selvagens
que evoluíram ao longo de milhares de anos em determinados rios.
Segundo o relatório, a maioria dos salmões escapou de
viveiros e redes nos lugares mais expostos às tempestades.
Calcula-se que 90% dos salmões que retornam para desovar nos
rios da Escócia, ilhas Faroe, Noruega, Irlanda e Canadá são
fugitivos das fazendas, segundo o jornal.
A maior parte do
salmão atlântico domesticado descende de 40 cepas norueguesas,
geneticamente diferentes do salmão de origem britânica ou irlandesa.
Uma equipe de cientistas estudou durante 10 anos os salmões
do rio Burrishoole, em Co Mayo, na Irlanda, especialmente os
híbridos de peixes selvagens e domesticados de primeira e segunda
geração.
Os cientistas chegaram à conclusão de que os peixes
domesticados prejudicam as populações de salmões selvagens. Cerca de
70% dos híbridos da segunda geração morreram nas duas primeiras
semanas em conseqüência de incompatibilidades genéticas.
Segundo Don Staniford, da organização Pure Salmon, "a
criação de salmões em fazendas marinhas é um convite às fugas
maciças" de peixes, sobretudo quando as fazendas estão em lugares
expostos a tempestades.
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