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No aquário do laboratório da Usina de Itaipu, o mexilhão- dourado virou
atração. Natural das águas doces da China e do sudeste asiático ,o mexilhão
dourado chegou como clandestino na Argentina. Em 1991, desembarcou no estuário
do Rio do Prata. A partir daí invadiu o Lago Guaíba, no estado do Rio Grande do
Sul e espalhou-se pelos rios Paraná e Paraguai, chegando até o Pantanal. Mais
recentemente, foi visto no estado de São Paulo, nas águas do Rio Tietê.
O
mexilhão-dourado, como tantas outras espécies exóticas invasoras,veio no que se
chama água de lastro: água que todo navio carrega para manter sua
estabilidade.
Entrevista Luciano Fernandes pesquisador _Universidade Federal
do Paraná-
" Quando o navio se lastra no seu porto de origem ele esta
lastrando aproximadamente de 3 a 4 mil espécies que estão ali.Quando ele chega
para carregar com carga e descarrega a sua agua de lastro, ele joga esses
organismos e as consequencias podem ser varias porque eles podem sobreviver.
Diferentes águas estao sendo transportadas como água de lastro, num volume muito
grande, para diferentes partes do mundo e transportando as especies que podem
vir a causar problemas para os ecossistemas."
Inofensivo em seu ambiente
natural, quando o mexilhão-dourado é introduzido em águas onde não existem
predadores que o controlem, se prolifera rapidamente.
Entrevista com o
pesquisador Carlos Belz- Latec -
"E cada mexilhão desse gera milhões e
milhões de larvas que são liberadas no ambiente a cada reprodução. Ele apresenta
alguns filamentos que fazem com que ele se fixe em qualquer substrato que esteja
presente na água. E isso, na verdade,é um dos maiores problemas, um dos maiores
impactos econômicos hoje dele, porque ele se fixa em qualquer estrutura que
esteja na água: madeira, plástico, papel...
Entrevista com Luciano
Fernandes
pesquisador da UFPR -
" Eles crescem em densas placas e muito
rapidamente eles acabam entupindo as tubulações de estações de tratamento de
água, de indústria que usam água para resfriar os seus motores e também as
tubulações de filtros de usinas hidrelétricas."
O mexilhão dourado se tornou
notícia quando afetou o bolso, ou seja, se tornou um problema econômico. Em 2001
ele foi detectado aqui em Itaipu causando transtornos para a maior usina
hidrelétrica do mundo.
Ele não afeta a produção de energia mas invade o
sistema de refrigeração das turbinas de Itaipu,dificultando a manutenção. A
usina testou vários métodos químicos de controle, como a injeção de ozônio e o
cloro em pequena quantidade.
Na tentativa de conter o transporte das
espécies invasoras através dos mares, foi criada a Convenção Internacional
de Água de Lastro. Neste ano, o Brasil assinou a Convenção. Longe de uma solução
definitiva, o caso do mexilhão-dourado alerta sobre os riscos de outras
possíveis invasões biológicas.
Autor:
Pauta e Reportagem: Maria Zulmira de Souza. Imagens:Adilson
de Paula. Operador de Áudio : Sebastião Avelino. Pesquisa : Eliana Moraes.
Edição de Texto : Valesca Canabarro Dios. Edição de Imagens:Francisco Barbosa e
José Cláudio Manso. Editora-Chefe : Vera Diegoli.
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