Invasoras nas matas do Paraná
Pesquisa mostra que espécies exóticas se espalham nas unidades de conservação

Da Redação

As unidades de conservação no Paraná estão sendo invadidas por espécies exóticas. O alerta foi feito durante o 4º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, realizado em Curitiba desde o início da semana. A maior preocupação são com o pinus, a uva do Japão, o cinamomo e o amarelinho, todas espécies introduzidas no ecossistema paranaense e que começam a se espalhar, colocando em risco as áreas de parques protegidos. Vilha Velha, Guartelá, Guaraqueçaba e Ilha Grande estão entre as unidades ameaçadas com a expansão invasora.

Conforme a presidente do Instituto Horus e assessora técnica do The Nature Conservancy (TNC), Silvia Ziller, estas epécies são superagressivas, e acabam dominando o ecossistema. “Elas acabam eliminando as espécies nativas, seja por ocupação de espaço, ou disputa de alimento”, informa. O Instituto Horus é responsável pelo primeiro levantamento nacional realizado sobre o problema, e já tem catalogado 156 espécies de plantas e animais considerados invasores e nocivos ao meio ambiente. “O que preocupa é que esta lista vem aumentando”.

Ainda conforme o estudo que vem sendo desenvolvido pelo instituto, pelo menos 37 unidades de conservação no Brasil estão contaminadas biológicamente por algum tipo de espécie invasora. Deste total, 25 estão situados no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O estudo ainda está em andamento e tem o apoio do Ministério do Meio Ambiente e do Probio. Para Silvia, em mais um ano, será possível ter um bom mapa da situação no País, e a partir disso criar políticas de erradicação destas espécies invasoras.

A espécie que aparece em primeiro lugar entre as invasoras é o pinus, o mesmo utilizado em larga escala em reflorestamentos. Por causa da sua facilidade em espalhar sementes e de se adaptar aos sistemas, está presente em praticamente todas as unidades de conservação no Sul do País. Introduzido ainda na década de 60 em todo o Brasil, é considerada uma espécie muito agressiva, e o maior risco é o seu plantio sem o manejo adequado.

Como ainda não se pode calcular o grau de invasão, a melhor saída hoje é a prevenção, daí a importância do diagnóstico elaborado pelo instituto. “É preciso ter a noção que apenas uma arvorezinha já é suficiente para começar uma contaminação. Tem que começar a combater agora, antes que o problema fique fora de controle”.

 
 
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